Há muitos, muitos anos, muitos polícias alertaram para as dificuldades em cumprirem com as obrigações que nos estão estabelecidas, para que se cumpra o Estado de Direito.
Há muitos, muitos anos, muitos políticos nos dizem que tomaram boa nota das nossas preocupações.
Há muitos, muitos anos que nada acontece! Nada acontece? Não! Não é verdade!
Há muitos e muitos anos que muitos polícias, homens e mulheres, têm feito das tripas coração para que o Estado de Direito se cumpra. E, como se vai cumprindo, os políticos vão cantando e rindo, fazendo baixa política, gerindo dossiês com jornalistas e representantes (?) sindicais em vez de olharem para os relatórios e memorandos que vão sendo feitos por todos os níveis hierárquicos. Quem nos deveria tutelar não tutela e, consequentemente, ao não tutelar dentro dos canais hierárquicos e técnicos, sobra a especulação jornalísticas, a promessa coxa e grotesca daquilo que não pode ser.
Poderíamos dizer que é triste.
Não somos inocentes a esse ponto.
Dizemos que é grave.
E basta.
Há uns anos atrás, houve um a invasão de uma Esquadra, perpetrada por uns inergúmenos e logo um (actual) comentador da CMTV (ex-Ministro da Administração Interna - Rui Pereira) veio a público, sentenciar que não mais quereria uma Esquadra sem pelo menos dois agentes (tá bem ó melga). E ficou feliz. Depois fez uns contratos entre a PSP e uns representantes de populações afectadas de delinquentes (os chamados contratos sociais de qualquer coisa para não resolver coisa nenhuma). E ficou feliz!
No caso do SIRESP, todos nós polícias ouvimos, pelo menos uma vez em cada operação mais delicada, que «esta merda não funciona» e recorremos aos nossos telemóveis.
As nossas viaturas estão paradas porque a tutela centraliza os contratos e não escuta os Comandos para as melhores opções; idem com: tudo o que se possa imaginar para funcionarmos mínima e condignamente.
Agora foi o assalto ao armamento em Tancos.
Será que ainda alguém anda iludido?
Será que os políticos ainda não perceberam que não são as doces palavras, abraços e lágrimas, nem declarações de intenções que põem a máquina a funcionar?
Será que não percebem que tanto o exército (nas suas competências próprias) as forças e serviços de seguranças têm que ocupar o território e dar nota disso?
Será que não percebem que cada vez que fazem alarde em investimento (sempre futuro e incerto) nesses serviços e forças de segurança, essa publicidade é nociva, pois dão conta das nossas fragilidades.
Será que não percebem, mesmo?
....-se!! que já chateia!!!!!
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